Anel de Fogo

O post dessa semana é sobre “Ring of Fire”, um dos maiores sucessos da carreira de  Johnny Cash. A música, que foi escrita por June Carter, entrou no álbum Ring of Fire: The Best of Johnny Cash, de 1963.

Originalmente, a canção foi gravada por Anita Carter, irmã de June. Logo que ouviu a música, Cash se encantou. Disse que, em um sonho, ele ouvia “Ring of Fire” com um arranjo diferente, no estilo mariachi. Resultado: a versão do Man in Black foi um enorme sucesso. Tanto que ficou em primeiro lugar nas paradas da Billboard por sete semanas seguidas!

June teria escrito a canção para falar de seu relacionamento com o Homem de Preto. Ela sentia que se envolver com Johnny Cash era como estar em um anel de fogo. Afinal, Cash ainda era casado com Vivian Liberto, sua primeira esposa, e tinha uma vida muito conturbada nessa época.

Porém, existe uma outra versão para essa história. Em sua autobiografia, Vivian diz que a música, na verdade, foi escrita pelo próprio Johnny Cash quando ele estava bêbado. E que a letra fazia referência a uma determinado orifício do corpo feminino. Essa declaração causou muita polêmica na época.

Covers

Entre os artistas que regravaram “Ring of Fire” estão Tom Jones, Alam Jackson, Ray Charles, Jerry Lee Lewis e Frank Zappa, além das bandas The Animals e Social Distortion. Confira algumas dessas versões e, claro, a versão do grande Man in Black:

Novo filme

O novo trailer de Killing Then Softly (O Homem da Máfia) apresenta nada mais nada menos que Johnny Cash em sua trilha sonora! O longa, que será estrelado por Brad Pitt e Ray Liotta, tem estreia prevista para 15 de novembro.

O filme, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes este ano, é inspirado no livro Cogan’s Trade, de George V. Higgins. A produção conta a história do investigador Jackie Cogan (Brad Pitt), que é encarregado de caçar os bandidos que assaltaram criminosos protegidos pela máfia durante um jogo de pôquer.

A música em questão é “The Man Comes Around”, que faz parte do álbum American IV, lançado em 2002. A canção, na verdade, foi escrita alguns anos antes. Trata-se de uma das últimas músicas que Cash escreveu em sua vida. O próprio Man in Black disse, em sua autobiografia, que essa foi uma das canções mais importantes de sua carreira – já que essa seria a última chance de lançar um trabalho autoral para o público. A maior influência para Cash escrever essa música foi sua religiosidade. A letra faz diversas referências bíblicas, sobretudo do livro Apocalipse.

E já que estamos falando de trilha sonoras, sempre é bom lembrar que “The Man Comes Around” já fez parte do filme Madrugada dos Mortos (2004), além de diversas séries de TV. Recentemente, um remix da canção entrou no trailer de Abraham Lincoln: Vampire Hunter. 

Confira o trailer de Killing Then Softly!

Man in Black, em exposição

Uma nova galeria de artes da Escócia está recebendo uma exposição de fotografias de Johnny Cash. São 32 imagens do Homem de Preto, metade das quais nunca foram exibidas ao público antes.

As fotos foram tiradas pelo fotógrafo e amigo de Cash, Jim Marshall. Durante quase 10 anos, ele juntou fotos de shows, viagens e encontros com outros artistas, além de momentos mais íntimos com sua família.

A exposição acontece até o dia 24 de Novembro na galeria Summerhall, em Edinburgh, Escócia. Nesse mesmo período, a galeria apresenta também uma exposição com fotos de Bob Dylan, quando o músico estava em turnê pela Europa, em 1966.

Seis músicas

Neste domingo, 07 de outubro, estreia a série “Johnny Cash: Song by Song” pelo canal norte-americano Ovation TV. Serão seis episódios que contarão a vida do Man in Black, através de seus mais conhecidos sucessos – “I Walk the Line”, “Ring of Fire”, “Jackson”, “A Boy Named Sue”, “Sunday Morning Coming Down”  e “Hurt”.

A série-documentário apresenta ainda entrevistas com Kris Kristofferson, Merle Haggard, George Jones, Tom Petty, Shooter Jennings (filho de Waylon), John Carter Cash, entre outros grandes  nomes. Confira, abaixo, o trailer da série:

Em crise

Johnny Cash estourou no final dos anos 1950, porém a primeira metade da década seguinte não foi nada agradável para o Man in Black.

Um dos acontecimentos mais “desastrosos” se deu em 1965, quando uma peça do seu caminhão esquentou demais e acabou colocando fogo em todo o veículo quando ele passava pelo Parque Nacional de Los Padres, nos Estados Unidos.

Relatos dizem que Cash abandonou o veículo em chamas para ir pescar e o mesmo acabou colocando fogo em 206 hectares de terra, o equivalente a 2.060.000 metros quadrados. Além da imensa área que atingiu, o incêndio ainda acabou matando 49 dos 53 condores que estavam lá e eram protegidos pelo Governo Federal dos Estados Unidos, pois estavam ameaçados de extinção.

Ao ser julgado pelo caso, Cash disse que não foi ele que causou aquilo: “foi meu caminhão, e ele está morto, então você [juiz] não pode perguntar pra ele.” Além disso, quando foi informado sobre a morte dos 49 pássaros, Cash disse que não se importava nem um pouco com “seus malditos pássaros amarelos.” Resultado: o governo federal processou o cantor e Cash teve que pagar uma bela multa.

Nessa época, a carreira e a popularidade de Johnny declinava consideravelmente ao mesmo tempo que seus status de rebelde ascendia. O Homem de Preto parecia estar na rota inevitável da auto-destruição. Mas, como conta a história, não foi bem isso que aconteceu.

Cash em 8 bits

Lembra das músicas que rolavam nos videogames antigos, como Nintendo e Master System? Conhecida como Chip Music, essas músicas contavam com apenas quatro canais de áudio.

A novidade é que, atualmente, é possível samplear vários destes saudosos timbres em computadores e sintetizadores e, assim, criar novas músicas em 8 bits. É aí que Johnny Cash entra na história.

O DJ britânico Bullwack resolveu transformar algumas músicas famosas em Chip Music. Após algumas experiências com o Radiohead, agora chegou a vez do Man in Black. A faixa escolhida foi “Hurt”, originalmente gravada pela banda Nine Inch Nails.

Apesar de ser uma brincadeira, achei bem legal o resultado. Já pensou se fosse possível jogar Super Mario Bros, com uma música do Homem de Preto ao fundo? rs

Johnny Cash – Hurt (8 bits version)

Rindo com Johnny Cash

O último 12 de setembro foi marcado pelos nove anos da morte de Johnny Cash. O portal Johnny Cash Online resolveu lembrar deste dia de uma forma diferente, resgatando o álbum Everybody Loves a Nut, de 1966. A capa é do cartunista da Revista Mad, Jack Davis.

Trata-se de um disco hilário do Homem de Preto. Para começar, reparem na tradução da  faixa-título “Everybody Loves a Nut”.

Todo mundo adora um “maluco”
O mundo inteiro ama um esquisitão 
Cérebros estão em um barranco, mas 
Todo mundo adora um “maluco” 

Houve um ermitão chamado Fred 
Que manteve um cavalo morto em sua caverna 
E todo mundo disse a Fred 
Fred, como é que você mantem um cavalo morto em sua caverna?

E ele disse, bem… Todo mundo adora um “maluco”

Outra que vale a pena ouvir é “The One On The Left Is On The Right”, escrita por Jack Clement, em 1965. A canção virou um clássico na voz do Homem de Preto e chegou a pontuar na segunda posição da Billboard.

Fotos Raras

A Life.com (portal da revista homônima) divulgou uma série de fotos raras de Johnny Cash. Clicadas pelo fotógrafo Michael Rougier, elas foram feitas para a revista, no ano de1969, no Tennesse, EUA. Algumas dessas fotos, inclusive, acabaram não entrando naquela edição.

Confira, abaixo, a nossa galeria:

Quer ver mais imagens do Homem de Preto? Acesse nosso perfil no Pinterest!

Xerife?

Fora da lei? Há controvérsias! Johnny Cash recebeu em 1979 esta carteirinha que o legitimava como agente da lei no condado de Davidson, Tennessee (EUA) com o posto de assistente de xerife. Esta curiosidade foi encontrada através do tumblr retrô David Cowles Studios.

O mais engraçado é que o Homem de Preto possuía uma fama bem diferente. Talvez por Cash se apresentar voluntariamente em penitenciárias desde o início de sua carreira. Além disso, músicas como “Cocain Blues”, “Folsom Prison Blues” e “San Quentin” contavam sempre histórias de presidiários e criminosos. E isso sem falar nos álbuns At Folsom Prison e At San Quentin, que foram gravados dentro das prisões.

Porém, ao contrário do que muitos fãs imaginavam, o Man in Black nunca ficou na cadeia por muito tempo. Seu maior problema com a lei foi em 1965, quando um esquadrão antinarcóticos em El Paso, Texas, o pegou em flagrante. Os oficiais pensavam que Cash trazia heroína do México, mas na verdade eram apenas anfetaminas, escondidas na caixa de seu violão. Cash também foi preso no ano seguinte em Starkville, Mississippi, ao invadir uma propriedade privada para apanhar flores.

De qualquer forma é muito irônico ver uma imagem dessas. Eu ainda prefiro essa outra foto:

Enquete: American

Semana passada publiquei a nossa primeira enquete sobre os clássicos de Johnny Cash. Até o momento, “Folsom Prison Blues” lidera com 16.67%, seguido de perto por “Ring of Fire” com 14.58%.

E, como prometido, hoje é a vez de votar nas músicas da série American, que compreende os álbuns de 1994 a 2010.

Obs: As canções de autoria do Man in Black, relançadas nessa época, não entraram na enquete.